O <i>Banif</i> despede<br>e o Estado paga

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O Banif de­sen­ca­deou, há um mês, um pro­cesso de des­pe­di­mento de cerca de 300 tra­ba­lha­dores, e em si­mul­tâneo re­corre a di­nheiros pú­blicos para se re­ca­pi­ta­lizar – pro­testou o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Ac­ti­vi­dade Fi­nan­ceira, que no dia 1, quarta-feira, no in­ter­valo de al­moço, pro­moveu uma con­cen­tração de pro­testo junto à sede do banco, na Ave­nida José Ma­lhoa, em Lisboa.

Sob o pano de fundo do cres­cente de­sem­prego, «o Banif, com o apoio do Banco de Por­tugal e do Go­verno, está a de­sen­volver um plano de re­ca­pi­ta­li­zação do banco onde se in­clui, entre ou­tras me­didas, o des­pe­di­mento de cerca de 300 tra­ba­lha­dores e o en­cer­ra­mento de 40 bal­cões», re­fere o Sintaf/​CGTP-IN, no co­mu­ni­cado que dis­tri­buiu du­rante aquela acção. As­si­nala, a pro­pó­sito, que de­corre já um pro­cesso de des­pe­di­mento co­lec­tivo na com­pa­nhia de se­guros do grupo, a Aço­reana.

Para o Sintaf, há cum­pli­ci­dade do Banco de Por­tugal e do Go­verno PSD/​CDS nesta «ten­ta­tiva chan­ta­gista» de des­pe­di­mentos, que con­si­dera ile­gais e imo­rais, já que «os tra­ba­lha­dores são cha­mados in­di­vi­du­al­mente a uma sala de hotel e aí são pres­si­o­nados a acei­tarem a pro­posta da em­presa». O sin­di­cato exige que seja ve­dado qual­quer apoio es­tatal no pro­cesso de re­ca­pi­ta­li­zação do Banif.

Em con­traste com a re­cusa de apoios es­sen­ciais às pe­quenas e mé­dias em­presas, «o Go­verno, mais uma vez, vai dis­po­ni­bi­lizar cen­tenas de mi­lhões de euros para apoiar a re­ca­pi­ta­li­zação de um banco pri­vado, subs­ti­tuindo-se assim aos seus ac­ci­o­nistas, que du­rante anos re­ce­beram di­vi­dendos no valor de muitas de­zenas de mi­lhões de euros e não o rein­ves­tiram no banco, e ainda por cima, o faz apoi­ando o des­pe­di­mento de tra­ba­lha­dores».

Além de exortar todos os tra­ba­lha­dores a re­sis­tirem, o Sintaf ma­ni­festa a sua so­li­da­ri­e­dade aos que foram en­vol­vidos neste pro­cesso e re­a­firma a «de­ter­mi­nação de tudo fazer, com os tra­ba­lha­dores do Grupo Banif, para im­pedir a con­cre­ti­zação» dos des­pe­di­mentos.




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